quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Resenha: Mudhoney - Clash Club - São Paulo_16/10/2008


Escrevi esse texto no ano passado. Porém, é óbvio que o show do Mudhoney não poderia ficar de fora do meu blog.

Resenha originalmente publicada no site da TV ROCK, em 16/10/2008.


Pouco mais de 100 pessoas estavam presentes quando os goianos do MQN subiram ao palco do Clash Club. Desde 1997 na ativa, os caras fazem um rockão sujo e bêbado, com influências de Watts, Mudhoney, TAD e Melvins.

O vocal, Fabrício Nobre, assim como na abertura do show da banda solo da ex-líder do L7, Donita Sparks & the Stellar Moments, roubou a cena. Nobre, para variar, cantou com o nível de álcool altíssimo e não poupou cervejadas, cusparadas e xingamentos na platéia.

Um fã mais exaltado do Mudhoney disse que não agüentava mais aquela 'merda' e o vocalista retrucou: “Então, por que você pagou pra ver essa MERDA?! Sobe aqui e faz melhor... aqui não tem otário, não”. No entanto, a apresentação prosseguiu sem novos problemas.

Muitos amigos da banda estavam presentes e se divertiram com as músicas "Breakin Crystal Stones", "Electrify", "Cobra" e, a mais aguardada da noite, "Buzz In My Head". Para fechar, mandaram um cover do Mudhoney. Segundo o beberrão, eles tiveram acesso ao set list da banda de Seattle e não constava "Poisoned Water". Esse som faz parte do recém-lançado tributo brasileiro, March To Sickness, que conta com 17 bandas, entre elas, Autoramas, Mechanics e Pitty.

Enfim, o momento mais aguardado da noite! Eis que surge um dos maiores ícones do movimento grunge: Mudhoney.

A banda de Seattle entrou em grande estilo, abrindo com "The Money Will Roll Right In", cover dos punks californianos, Fang. Na seqüência, emendaram três do novo disco The Lucky Ones, "I’m Now", "The Lucky Ones" e "Next Time". Para saudar uma das fases mais sujas da banda e acender de vez o público presente, "You Got It", a clássica "Suck You Dry", "It Is Us" e "Into the Drink" fizeram a casa vir abaixo.

Com um vigor físico invejável, o vocalista Mark Arm se contorcia e olhava a platéia como um serial killer prestes a fazer uma nova vítima – alguém aí pensou no Iggy Pop?. Steve Turner aliava técnica, sujeira e microfonias ensurdecedoras em sua guitarra. No baixo, Guy Maddison se mostrava muito conciso e conversava bastante com a platéia – até distribuiu algumas cervejas. Dan Peters espancava a bateria a todo o momento e provou porque está na banda desde o início.

Dizem que "Touch Me I’m Sick" é a primeira música grunge da história. Foi com este petardo de 1988 que fomos transportados à grande Seattle: garotos se debatendo no chão; stage divings pelos quatro cantos da casa; isso sem falar na roda, que aliada a todo esse "caos", parecia transformar o Clash em um dos locais mais underground do mundo. A confusão era tanta que em "In ‘N’ Out Of Grace" alguns seguranças integraram as rodas para controlar a insanidade da galera. Turner entendeu o recado do público e conseguiu quebrar duas cordas de uma só vez!

Como de costume, fecharam com "Hate the Police", cover do The Dickies. O público queria mais e eles retornaram para o bis: "The Open Mind", "Street Waves", mais um cover, dos punks de Ohio, Pere Ubu e "Tales of Terror", do novo álbum. Para finalizar de vez homenagearam uma das maiores bandas Punk/HC do mundo, Black Flag. "Fix Me" encerrou essa noite que jamais sairá da mente de todos os amantes do som de Seattle.


SET LIST_MUDHONEY_16/10/08_Clash Club


The Money Will Roll Right In (cover Fang)
I’m Now
The Lucky Ones
Next Time
You Got It (Keep It Outta My Face)
Suck You Dry
It Is Us
Into The Drink
Sweet Young Thing Ain’t Sweet No More
Good Enough
Touch Me I’m Sick
F.D.K. (Fearless Doctor Killers)
This Gift
We Are Rising
When Tomorrow Hits
In ‘N’ Out Of Grace
Hate The Police (cover The Dickies)

BIS:

The Open Mind
Street Waves (cover Pere Ubu)
Tales Of Terror
Fix Me (cover Black Flag)


por Bruno Gazolla

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